Reunidas na sexta-feira (14), entidades que compõem o Fonasefe definiram pela participação no dia de lutas e mobilização que acontece nesta terça-feira (18). Em Brasília duas atividades estão confirmadas: às 10h em frente ao Banco Central e às 15h no Bloco P do Ministério da Economia onde será protocolada uma carta de reivindicações. No centro da pauta estará a cobrança de 19,99% de reposição salarial para todos os servidores federais. O índice corresponde a perdas inflacionários de 2019 a 2021, equivalente aos três anos de governo Bolsonaro. Só em 2021 essa perda foi de 10,74%, que corresponde ao IPCA do período.
Entidades CUTistas que formam a Aliança das Três Esferas e representam os servidores públicos federais, estaduais e municipais também divulgaram nota para defender os direitos da categoria atacados pelo governo de Jair Bolsonaro, prefeitos e governadores aliados; conquistar a reposição dos salários para todo o funcionalismo e defender os interesses de todos os brasileiros e brasileiras.
“É preciso colocar no centro da agenda a luta para reverter tudo que foi feito contra o povo desde 2016. Revogar todas as medidas e reformas que atacam os direitos do povo com a EC 95 (que congelou o teto de gastos), e as reformas trabalhistas e da previdência”, diz trecho da nota. De acordo com o documento, entre as tarefas mais urgentes da categoria estão a luta para derrotar de uma vez por todas a chamada reforma Administrativa, proposta por meio da PEC 32 e garantir a reposição salarial de toda a categoria. Confira a íntegra aqui.
As atividades do dia 18 serão um pontapé inicial da Campanha Salarial unificada dos servidores federais. A agenda de mobilização da categoria terá continuidade com manifestações no dia 24 de janeiro que marcam o Dia Nacional de Luta dos Aposentados. Ainda esse mês, no dia 27 uma Plenária Nacional dos Servidores Públicos será realizada de forma online e no dia 28 a categoria promove uma coletiva de imprensa para divulgação do calendário de luta e da campanha salarial 2022.
A crise com servidores públicos foi iniciada com a declaração de Bolsonaro de que concederia reajustes apenas a carreiras ligadas à polícia, considerada base de apoio desse governo. A promessa gerou reação imediata dos demais servidores federais. Uma onda de protesto que incluiu entrega de cargos e debate de paralisações teve início já no final do ano passado.
A crise levou membros do governo a se manifestarem contra o aumento propagado por Bolsonaro e fez com que o próprio presidente se comprometesse a não afirmar publicamente que o reajuste está garantido. Essa semana a certeza de Bolsonaro se transformou em outra afirmação: “não está garantido reajuste a ninguém”. A nova postura, no entanto, vem gerando indignação também junto as carreiras policiais. Integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) temem que a decisão sobre reajuste linear tenha que passar pela Corte.
Fato é que frente a esse cenário de incertezas apenas a mobilização e a unidade dos servidores em torno de uma luta justa por reposição salarial podem ajudar a categoria. A maioria amarga cinco anos de salários congelados com perdas que podem ultrapassar 40%.
Jornada de luta e greve
As atividades de janeiro vão seguir debatendo a possibilidade de uma greve geral no setor público. Na reunião do Fonasefe as entidades sinalizaram para a realização de uma jornada de luta com estado de greve entre os dias 14 e 25 de fevereiro. Um indicativo de greve nacional foi apontado para o dia 9 de março.
O Fonasefe seguirá realizando reuniões semanalmente, todas as sextas-feiras, às 8h30. O próximo encontro está confirmado para o dia 21.
Condsef/Fenadsef