A maioria dos servidores federais está com salários congelados há mais de cinco anos e acumulam perdas salariais superiores a 40%. Só no ano passado a inflação superou os dois dígitos e nos três primeiros meses desse ano bateu novos recordes. Em março a alta dos preços foi a maior para o mês desde o início do Plano Real. A prévia para abril, segundo o IBGE, já subiu para 1,78%.
Enquanto isso, o governo Bolsonaro segue usando a mídia como intermediária para ventilar propostas como a última que seria de 5% linear para o funcionalismo, já desmentida, inclusive em declaração recente do ministro da Justiça, Anderson Torres, que disse que a única certeza até aqui é que o martelo sobre reajuste dos servidores não estaria batido e não há nada definido.
Frente a idas e vindas e diferentes declarações, o fato é que o governo Bolsonaro não apresenta nada de concreto para o funcionalismo. Avanços nesse cenário só serão possíveis se a categoria ampliar seu processo de mobilização.
“A história nos mostra que só nossa luta e nosso poder de mobilização nos garantem”, aponta Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef que representa 80% dos servidores do Executivo Federal, entre ativos, aposentados e pensionistas. “Só na luta, na mobilização, na pressão, no fortalecimento das greves a gente vai arrancar recursos que esse governo está escondendo”, reforça.
Paralisação nacional e atividades em Brasília
Participe nessa quinta-feira (28), do dia de paralisação nacional em defesa de uma reposição emergencial para o funcionalismo e a abertura de negociações efetivas com o governo. Uma caravana com representantes de diversos estados vai reforçar a vigília permanente em frente ao Ministério da Economia. A partir das 16h haverá também panfletagem na rodoviária do Plano Piloto.
Às 18h, em frente ao Museu Nacional, em Brasília, haverá ainda uma programação cultural com show de projeções para fechar mais um dia de lutas. A animação ficará por conta do rapper GOG, que comemora 32 anos de carreira, marco na produção independente do hip-hop e da sambista Kika Ribeiro mesclando grandes sucessos com músicas autorais. Com organização das entidades que compõem o Fonasefe, as apresentações são gratuitas e abertas ao público.
Não é mais possível suportar a falta de diálogo, conviver com o aumento da inflação, a falta de investimentos no setor público, o congelamento e o arrocho salarial imposto por esse governo. Em ano eleitoral não podemos nos deixar levar por mentiras e muito menos por promessas. Seguiremos firmes e em luta até sermos atendidos.
Condsef/Fenadsef