O Sindsep-AM realizará, na próxima sexta-feira (17), assembleia geral com a base para discutir e votar a proposta do governo federal de recomposição salarial para servidores. Após negociações com as entidades de trabalhadores, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) aumentou a sugestão inicial de 7,8% para 9%. A previsão de pagar R$ 200 a mais no auxílio-alimentação se manteve.
O encontro está marcado para acontecer às 14h no auditório do Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas (Caua), localizado na rua Monsenhor Coutinho, 724, Centro. Poderão participar servidores ativos, aposentados e pensionistas.
O secretário-geral do Sindsep-AM, Walter Matos, afirma que irá defender a aprovação da proposta. Faz, porém, uma ressalva. “Precisamos continuar a campanha salarial. Teremos a discussão no segundo semestre sobre o orçamento da União para 2024 e precisamos incluir o debate sobre o reajuste dos servidores”, comenta.
A necessidade de seguir com a luta está relacionada ao fato de a proposta do governo não incluir todas as perdas dos servidores nos últimos seis anos, estimada em pouco mais de 40%. Além disso, há uma necessidade de fortalecer os próprios órgãos públicos.
“É preciso irmos além. Temos de debater concursos públicos, reorganizar e reconstruir as repartições públicas. Apesar de tudo, digo que o governo Lula está de parabéns, porque, com 50 dias de mandato, recompôs a mesa de conflitos de trabalho, que são muitos, mas não tínhamos com quem discutir”, pontua Matos.
Sobre a assembleia de sexta, o secretário ressalta a importância do comparecimento de todos. “ A palavra está com os servidores. Eles decidem. Quem não comparecer, alguém vai decidir por ele”.
Campanha
Vale ressaltar que a proposta do governo vem após uma intensa campanha salarial de entidades nacionais e sindicatos de base, como o Sindsep-AM. Nos últimos seis anos em que não houve reajuste para servidores, as organizações de trabalhadores realizaram uma campanha sindical que se intensificou entre 2021 e 2022.
“Somos uma categoria que viveu um estado de exceção, sem espaço para discutir nossos direitos com os governos, porque a democracia é fundamental para a classe trabalhadora, pois é a mais sofrida. Portanto, a campanha salarial que fizemos em 2021, 2022 e 2023 foi fundamental para chegarmos a essa proposta de recomposição”, comenta o secretário-geral.
Sindicalização
Walter Matos ressalta a importância de a base estar unida aos sindicatos para que a classe de servidores tenha mais força durante as negociações com o governo. Além disso, diz considerar injusto que trabalhadores que não contribuem para a luta da classe sejam agraciados com as vitórias do esforço coletivo entre os sindicatos e a base filiada.
“O pagamento para as entidades sindicais deve ser proporcional às suas conquistas. Por isso, precisamos avançar nisso e é necessário que o trabalhador e a trabalhadora tenham consciência de que quem tem que financiar a sua entidade, aquela que lhe representa, são os próprios trabalhadores. Daí a necessidade de se sindicalizar”, frisa.