O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quarta-feira (15/6), que está praticamente acertado um aumento, em duas vezes, do valor do vale-alimentação pago a servidores públicos.
A intenção inicial do governo federal era conceder um reajuste salarial de 5%, para todas as categorias. No entanto, a ideia foi trocada por um acréscimo no vale-alimentação. A proposta, porém, tem irritado os servidores públicos federais, que preparam uma ofensiva contra a proposta.
“Chegou uma confusão toda que não foi possível a gente dar a reestruturação. Ficou complicado também o 5% de reajuste, a história é longa, e nós resolvemos ultimar um estudo para dobrar o valor do vale alimentação. É o que está praticamente acertado até o momento”, disse Bolsonaro em entrevista à jornalista Leda Nagle.
Atualmente, os servidores da União que estão ativos em suas funções recebem R$ 458 mensais para alimentação. A estimativa do governo é de que o valor poderia ultrapassar R$ 600 mensais.
“Reajustar apenas o vale-alimentação é um verdadeiro desrespeito aos servidores, sobretudo aos aposentados, que nem sequer esse reajuste terão, pois não recebem vale-alimentação”, critica o presidente do Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques.
Os servidores públicos federais reivindicam reajuste de 19,9%. Pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governo tem até o fim de junho para tomar decisão a respeito de proposta de aumento para a categoria.
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) afirma que a maioria do funcionalismo está com salários congelados há mais de cinco anos.
“Só nossa pressão será capaz de fazer com que o governo conceda a recomposição salarial emergencial pleiteada pelo funcionalismo. Dinheiro tem e a legislação permite”, afirma a Condsef, em nota.
Durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, Paulo Guedes afirmou que “até 5%” seria possível “repor o funcionalismo”.
Metrópoles