Para barrar a venda de estatais, os servidores farão atos em 16 e 24 de janeiro. No último fim de semana, lideranças sindicais se reuniram
Metrópoles
O funcionalismo público fará ao menos duas paralisações em janeiro. A principal reclamação do grupo é a agenda de privatizações dos governos federal e estaduais. Para barrar a venda de estatais, os servidores farão atos em 16 e 24 de janeiro.
Desde o início do mandato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a equipe econômica planeja a venda de estatais como os Correios, a Eletrobras, o Serpro e o Dataprev, entre outras.
A insatisfação ganhou musculatura após a sinalização de governos estaduais de fazerem o mesmo. No DF, o governador Ibaneis Rocha (MDB) pretende se desfazer da CEB e do Metrô, por exemplo.
“Os resultados, como já comprovado em estudos e na experiência de estados vizinhos, como Goiás, atingem prioritariamente a sociedade, que passa a pagar mais caro por serviços de menor qualidade técnica”, defende a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), em nota.
Atos
O primeiro ato dos servidores será uma reunião de entidades que representam empregados públicos com as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que são ligadas a movimentos sociais. O encontro, marcado para 16 de janeiro, será na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Brasília.
Oito dias depois, no Dia dos Aposentados, será realizada uma ação na Praça dos Aposentados, no Conic, que refletirá sobre a importância dos serviços públicos para quem não está mais ativo nos postos de trabalho.
A Condsef planeja uma greve geral para 18 de março. As articulações para o movimento começaram em novembro, quando o governo cortou R$ 5,4 bilhões na despesa com servidor.
Reforma Administrativa
À época, a Plenária Nacional em Defesa dos Serviços Públicos Municipal, Estadual e Federal, das Empresas Estatais, do Brasil e dos Trabalhadores aprovou um manifesto unificado.
Entidades sindicais das três esferas do funcionalismo assinaram o documento, que, entre outros pontos, destaca a importância do serviço público para a sociedade.
Além disso, a proposta de reforma administrativa — que pretende mudar regras de contratação, salário, jornada e estabilidade do servidor público — distancia ainda mais servidores e governo.
No último fim de semana, servidores reuniram 450 lideranças sindicais em Brasília para traçar a estratégia do movimento grevista.