Quando o chefe do Executivo de uma nação reúne embaixadores e usa a estrutura do Estado para replicar mentiras a respeito da urna eletrônica e ameaça o processo eleitoral sem qualquer constrangimento, o que vem depois? Para a Condsef/Fenadsef, Jair Bolsonaro ultrapassou todos os limites no pronunciamento que fez durante reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada nessa segunda-feira (18).
Sem citar o nome de Bolsonaro, eleito presidente da República pelo mesmo processo que ele agora questiona, o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, afirmou que há um “inaceitável negacionismo eleitoral por parte de uma personalidade pública” e uma “muito grave” acusação de fraude sem provas. Mas é preciso que uma ação imediata parta das instituições que precisam dar um basta definitivo nessa escalada dos ataques à nossa democracia.
“Não é possível que Bolsonaro continue a agir contra nossa democracia à luz do dia passando por cima de tudo e de todos”, pontua Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef. O antropólogo e cientista político Luiz Eduardo Soares publicou em suas redes sociais que “se as instituições estivessem funcionando, Bolsonaro teria de ser deposto e preso”. Para ele Jair Bolsonaro cometeu um crime de alta traição nacional. Não ter sido preso demonstra, ainda segundo Soares, que o Brasil não vive sob um estado de direito.
A Condsef/Fenadsef reforça que crimes sucessivos contra a democracia brasileira não podem ficar impunes. Quantos terão que sofrer com esse clima belicoso incentivado pelo chefe do Executivo? O discurso de Bolsonaro é inadmissível vindo de um presidente com histórico de décadas sendo reeleito parlamentar, tendo vencido o pleito que também questionou em 2018.
A decisão da maioria é soberana e deve ser respeitada. O pleito eleitoral que se aproxima, no entanto, precisa transcorrer de forma pacífica e ser assegurado. “Precisamos responder a essas ofensivas na rua, na luta e na urna”, reforça Sérgio Ronaldo. O secretário-geral reforça que será preciso reconstruir o Brasil e promover as verdadeiras reformas que o país precisa e não a destruição e o desmonte que vem sendo promovidos desde o golpe de 2016 e aprofundados no governo Bolsonaro.
Para a Condsef/Fenadsef, ameaças ao processo democrático de direito conquistado pelos brasileiros devem ser veementemente rechaçadas. A entidade reforça que notas de repúdio que sequer citam nomes precisam dar lugar imediato às ações. É o papel que cada um dos brasileiros deve seguir cobrando de nossas instituições, sob pena de permanecermos vítimas da escalada do medo e do ódio. Não vamos permitir.
Condsef/Fenadsef