
As mulheres voltarão às ruas nesta terça-feira (08), depois de um intervalo de dois anos de pandemia, para comemorar o Dia Internacional das Mulheres. A mobilização pelo fim da violência de gênero e contra o machismo terá como lema: “Pela Vida das Mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome!”. Segundo as mulheres, a luta pela derrubada do presidente Jair Bolsonaro é uma luta necessariamente feminista, anti-imperialista, anticapitalista, democrática, antirracista e antiLGBTQIA+fóbica.
A conduta misógina e violenta de Bolsonaro faz com seus apoiadores e outros homens se sintam legitimados em praticar o machismo das mais diversas formas. Uma pesquisa de opinião realizada pelo Instituto DataSenado em parceria com Observatório da Violência Contra a Mulher, em 2021, constatou que 86% das mulheres brasileiras perceberam um aumento da violência contra elas no ano passado.
O 08 de março de 2022 será, ainda, uma luta contra a fome, a carestia, o desemprego e os ataques ao Sistema Único de Saúde (SUS), além de todos os demais serviços públicos.
Em Brasília a concentração para o ato será às 17h, no Museu da República. De lá, as militantes seguirão em marcha pela Esplanada dos Ministérios até a Alameda das Bandeiras.
A Internacional dos Serviços Públicos (ISP) produziu um vídeo sobe o Dia Internacional das Mulheres. Assista AQUI
Calendário da greve
O 08 de março abre o calendário de luta e mobilização dos servidores públicos pela reposição inflacionária emergencial dos salários e em defesa dos serviços públicos. Um dia depois, no 9 de março, será lançado o Comando Nacional de Construção da Greve dos Servidores e Servidoras Públicas Federais.
O 16 de março deverá ser o Dia Nacional de Mobilização, Paralisação e Greve dos Servidores Públicos Federais. Serão realizadas manifestações nas ruas, locais de trabalho e redes sociais, além de um grande ato em Brasília. Nesse dia será dado um ultimato ao governo Bolsonaro.
A partir do dia 16, o governo terá sete dias para atender às reivindicações dos servidores. Caso o Governo não sente na mesa de negociação e feche um acordo até o dia 23 de março, deverá ter início uma greve geral por tempo indeterminado nesta data.
História
Em 1910, na cidade de Copenhague, ocorreu o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, que foi apoiado pela Internacional Comunista. Nesse evento, Clara Zetkin, membro do Partido Comunista Alemão, propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher, sem, entretanto, estipular uma data específica.
Em 8 de março de 1917 cerca de 90 mil operárias russas foram às ruas protestar contra o czar Nicolau II. Na pauta: as más condições de trabalho, a fome e participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial. Conhecida como “Pão e Paz”, a manifestação foi tão importante que é apontada, por historiadores, como um dos eventos que desencadearam a Revolução Russa. O Dia Internacional da Mulher foi recuperado pelo movimento feminista na década de 1960, sendo adotado oficialmente pelas Nações Unidas no ano de 1977.
Nas últimas décadas, importantes programas sociais foram postos em prática e legislações foram aprovadas. Mesmo diante de tantos avanços, as mulheres ainda são um dos primeiros cortes de investimentos quando o cenário é de crise. Mulheres das periferias e das universidades; mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais; mulheres negras e indígenas; mulheres no espaço privado e também no público. São muitas as necessidades das mulheres e demanda-se do Estado que elas sejam atendidas. Mas é muito evidente que o governo Bolsonaro não atenderá às demandas femininas.
Condsef/Fenadsef