Em dia de anúncio de um PIB (Produto Interno Bruto) pífio que não ultrapassou 1,1%, centrais sindicais e entidades representativas de servidores públicos estiveram no Congresso Nacional em reunião com a Liderança da Minoria na Câmara. O recado dos parlamentares que passaram por lá foi claro. É preciso reforçar a resistência nas ruas. Tem se ampliado a adesão de categorias ao dia 18 de março, dia nacional de lutas e paralisações em defesa dos serviços públicos, contra as privatizações e em defesa da democracia. O dia 18 vai contar com participação de servidores federais, estaduais e municipais.
O cenário de ataques ao setor público não tem poupado ninguém. Essa semana, servidores de São Paulo enfrentaram reação truculenta da polícia na Alesp onde, apesar da resistência da categoria, a maioria dos deputados estaduais conseguiu aprovar a reforma da Previdência. O ataque a direitos de servidores tem se somado ao desmonte e congelamento de investimentos no setor público. A revista Isto É divulgou matéria expondo o apagão que os serviços públicos já estão enfrentando em todo País. O Estadão publicou que 31 mil servidores deixaram o serviço público em 2019, maior queda dos últimos 20 anos.
Para barrar o desmonte a unidade e a mobilização dos servidores são fundamentais. “Tenho lembrado em todas as assembleias e locais de trabalho nas quais a Confederação tem ido. Não há zona de conforto para ninguém nesse momento e precisamos reagir. O momento é agora”, resumiu Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef. Na próxima terça, 10, a Confederação participa de mais uma reunião na Liderança da Minoria com outras entidades representativas do setor público para traçar o panorâma das atividades do dia 18 de março.
Não é Reforma é desmonte
A Frente Parlamentar em Defesa dos Serviços Público lançou ontem campanha onde alerta sobre os riscos da reforma Administrativa. A proposta é vendida pelo governo como necessária para romper privilégios, mas o que propõem é o fim do pacto federativo que assegura à população o direito constitucional a serviços públicos essenciais. Essa semana, o ministro Paulo Guedes esteve com representantes de movimentos como MBL e Vem Pra Rua. Guedes teria chorado e dito que o governo tem 15 semanas para mudar o Brasil. “Vale lembrar que, até agora, todas as reformas que retiraram direitos fundamentais não surtiram nenhum dos efeitos que o governo prometeu. Ao contrário, temos o dólar batendo sucessivos recordes, a Bolsa caindo e esse PIBinho como resultado“, pontuou Sérgio. “Não podemos deixar o setor público de fora da retomada do crescimento econômico brasileiro. Essa política de austeridade já se mostrou um equívoco. O projeto em curso é o de terra arrasada e precisamos frear esse processo, na luta, nas ruas”, acrescentou.
8 de março
No calendário de mobilização das centrais e entidades sindicais o 8 de março promete mobilizar mulheres em todo o Brasil. A bandeira em defesa da democracia será um dos destaques. Com o lema “Resistência sim, violência e retirada de direitos não” a Condsef/Fenadsef e suas entidades filiadas vão integrar também essas atividades. Confira a agenda nos estados e participe.