Passou da hora de os comandantes militares assumirem sua responsabilidade legal e providenciarem a desmobilização do acampamento golpista-ilegal instalado em área militar, próxima ao QG do Exército, no Setor Militar Urbano, em Brasília.
Já existiam todas as razões para isso, inclusive o fato de os atos antidemocráticos terem suporte logístico de caminhões precedentemente envolvidos em tráfico de drogas, contrabando, crimes ambientais, como revelado pela PRF.
Depois de ontem esperar mais o quê? Por que os golpistas continuam ali, impunemente?
A última vez que o centro de Brasília viveu cenas de vandalismo foi em 24 de maio de 2017. Naquele dia, 200 mil servidores saíram do estádio Mané Garrincha em direção ao Congresso Nacional em luta contra os projetos de reformas trabalhista e da previdência. A marcha foi brutalmente interrompida pela ação de provocadores infiltrados ensejando violenta repressão policial.
A Condsef/Fenadsef, Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal/Federação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, se posicionou de imediato, naquele 24 de maio de 2017:
“agentes provocadores depredaram cinco Ministérios sob o olhar complacente da polícia do DF. A Condsef/Fenadsef repudia com veemência a destruição do patrimônio público realizada por provocadores estranhos à manifestação e que tinha como único objetivo fornecer o pretexto para o governo golpista pedir a intervenção das Forças Armadas no DF.”
Na segunda-feira, 12 de dezembro, o vandalismo voltou com ares de terrorismo. Foram queimados oito veículos particulares, cinco ônibus – tentaram jogar um deles de cima de um viaduto – e depredada uma viatura do Corpo de Bombeiros. Botijões de gás foram espalhados pelas ruas!
A cidade amanheceu hoje com as paradas abarrotadas porque os ônibus demoraram a começar a circular. Cidadãos brasilienses, entre eles servidores e empregados públicos federais, ficaram à mercê dos vândalos por várias horas.
Como em 2017, e novamente em defesa da democracia, a Condsef/Fenadsef vem a público somar-se às vozes que repudiam os atos de vandalismo da noite de ontem e exigem apuração e punição dos responsáveis.
Numa entrevista coletiva, o Secretário de Segurança do Governo do Distrito Federal deixou claro que não pode agir em área militar, cabendo ao respectivo comando adotar as providências necessárias.
É urgente retirar esses acampamentos que retroalimentam os golpistas e criam as condições para os atos de vandalismo que ontem paralisaram o centro de Brasília.
Brasília-DF, 13 de dezembro de 2022.
Direção da CONDSEF/FENADSEF
Condsef/Fenadsef