Diante de uma semana de anúncios de greves e paralisações entre servidores públicos federais por diversos estados brasileiros, o secretário geral da Condsef/Fenadsef alertou que existe a possibilidade real de construção de um movimento grevista que envolva todo o funcionalismo. “As greves que estão acontecendo na base do funcionalismo dão a dimensão da indignação da categoria. Nós vamos continuar debatendo e dialogando para que a categoria amplie cada vez mais essa indignação”, afirmou Sérgio.
A declaração se dá diante da insinuação do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o governo deu por encerrada qualquer possibilidade de reposição salarial dos servidores públicos. O ministro nesta quinta-feira (9 jun.), em reunião por videoconferência com empresariado da cadeia de abastecimento, de que o governo “não conseguiu dar aumento de salários. Logo ali na frente, vai ter aumento pra todo mundo”. A sinalização de reposição salarial futura, no entanto, não tem como ser cumprida por este governo. Em respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo tem de prever qualquer reajuste até o fim de junho deste ano, bem como não pode programar a obrigação de repor as perdas inflacionárias no orçamento do ano que vem. Tal cenário deixa claro que a fala do ministro é mais uma das diversas falácias proferidas desde que o assunto entrou em pauta. “Não é possível a gente ver tudo isso e ficar quieto, ou então achar que isso é normal”, complementou Sérgio.
Desde o fim do ano passado, quando prometeu dar reajuste a categorias de interesse eleitoral do Planalto, como as forças de segurança, o governo federal avançou e recuou diversas vezes, confundindo a população e tentando desmobilizar a luta dos servidores. “A gente sabia que essa sistemática dele de toda semana inventar uma situação era pra chegar nesse estágio. Se tivesse uma preocupação mínima com o funcionalismo, ele não deixaria assim pro último momento deixar uma situação como essa”, apontou Sérgio. “Só nos resta continuar lutando para que logo mais na frente a gente consiga virar esse jogo totalmente desumano com o conjunto do funcionalismo”, complementou o secretário-geral da Condsef/Fenadsef.
A desfaçatez do governo em suas recentes idas e vindas, bem como os cortes no orçamento contradizem os recentes discursos do governo de que haveria espaço para o investimento de recursos públicos federais na manutenção do preço dos combustíveis. “Eles tentam burlar as restrições de orçamento em uma série de situações. A gente sabe qual é a finalidade eleitoreira disso. A lição é dura, mas que o conjunto do funcionalismo aprenda. Sem luta não há conquista”, resumiu Sérgio.
Condsef/Fenadsef
(Foto Fabio Pozzebom/Agencia Brasil)