O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do Governo na Câmara dos Deputados, diz que as discussões e avanços das reformas propostas desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, como a tributária e a administrativa, vão ficar para depois do processo eleitoral de 2022.
Em entrevista ao Poder360, Barros disse que a reforma administrativa é “muito boa” e que “provavelmente” ficará para depois do ano eleitoral. Sobre a tributária, o congressista disse que a proposta mexe com a arrecadação dos Estados e municípios e isso dificulta qualquer debate no período das eleições.
Assista a entrevista AQUI (23min58s)
Barros afirmou que o governo não tem uma pauta específica de matérias no Legislativo, porque o ano eleitoral é de “dificuldades de posicionamento“.
“O interesse eleitoral supera o interesse pelo Brasil, e, aí alguns partidos deixam de fazer o que é o certo para fazer o que é conveniente eleitoralmente“, afirmou o líder do Governo na Câmara.
O deputado também listou que o ano de 2021 foi de vitórias importantes para o governo. Citou alguns exemplos, dentre eles a independência do Banco Central, a capitalização da Eletrobras, medidas provisórias destinando dinheiro a compra de vacinas e o Pronampe, programas de linha de crédito a pequenas e médias empresas.
Ao ser questionado sobre a economia do país, com alta de desemprego e recessão técnica, por exemplo, o congressista disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem um “bom plano” para o país que “que lamentavelmente, em função da pandemia, não pôde ser implementado“.
Barros deu entrevista ao Poder360 por vídeoconferência na 5ª feira (2.dez.2021). Ele destacou que o novo programa social do governo vai ajudar os mais pobres, comentou sobre as eleições de 2022, defendeu o texto aprovado no Congresso sobre as emendas de relator e comentou sobre a privatização dos correios.
Leia abaixo outros pontos abordados na entrevista:
Emendas de relator
O deputado afirmou que nunca houve um Orçamento secreto. Disse que o que as mudanças aprovadas pelo Congresso na 2ª feira (29.nov.2021), com um limite da emenda de relator e a divulgação do nome dos congressistas, é um processo para dar “mais transparência”.
Indagado sobre o porque o Congresso não deu então transparência aos repasses de emendas de relator realizadas em 2021, Barros disse que a ação do Congresso foi no sentido de “conciliar, de harmonizar os Poderes“.
O congressista afirmou que a intervenção do STF (Supremo Tribunal Federal) foi “indevida” nesse tema.
“Eu estou absolutamente tranquilo que o Congresso fez o que devia fazer e o Judiciário precisa ler a Constituição, porque precisa ter harmonia e independência entre os Poderes“, disse.
Filiação de ministros ao PP
Ricardo Barros disse que o partido pretende filiar ministros do governo ao partido nos próximos meses de modo a deixar a base governista mais forte. Afirmou, no entanto, que a escolha sobre o destino para aonde vai cada ministro, deverá ficar com Bolsonaro (PL). Hoje são 3 partidos na aliança pela reeleição: PP, PL e Republicanos.
“É adequado que Bolsonaro distribua entre os partidos, o seu prestígio e a sua liderança. De modo que todos os partidos da base recebam ministros“, disse o líder do Governo na Câmara.
O deputado também afirmou ser o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, também do PP, quem coordenada a discussão no partido sobre a filiação de ministros.
O congressista reafirmou ao Poder360 que, sobre o vice, a decisão final “é uma escolha pessoal do presidente“.
3ª via em 2022
Barros diz não acreditar na possibilidade de um nome diferente da polarização do ex-presidente Lula (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL), que hoje lideram as intenções de voto, consiga se fortalecer e ser competitiva a ambos. “A 3ª via está pulverizada em diversas candidaturas“, afirmou.
Poder 360