Na manhã desta quinta-feira, 07/10, servidores públicos realizaram um ato em frente ao Ministério da Economia, em Brasília-DF, que se tornou um escracho do ministro Paulo Guedes e de sua política econômica. Os servidores e estudantes levaram uma geladeira vazia e pedaços de ossos, para denunciar a fome que tem assolado a população, e também reprodução de notas de dólar, manchadas de sangue, lembrando que o ministro da Economia enriqueceu às custas da desvalorização da moeda nacional, sem sequer pagar impostos no país.

Cerca de 5 mil notas foram lançadas na Esplanada dos Ministérios, simbolizando o enriquecimento do ministro com sua empresa nas Ilhas Virgens Britânicas. “O paraíso fiscal de Paulo Guedes foi construído com o sangue da população brasileira. Foi construído com as mortes do povo, seja por fome, por covid ou por bala”, afirmou Rivânia Moura, presidenta do ANDES-SN e professora da UERN. “O que o Paulo Guedes deseja para o Brasil é um país cada vez mais pobre, sem saúde pública, sem educação pública, com um Estado mínimo para o atendimento das necessidades sociais e máximo para o capital”, completou.

PEC 32 na mira
O ato integrou mais uma semana de vigília e protestos em Brasília, contra a PEC 32. Desde o início da semana, com a denúncia de que o ministro possui uma empresa em um paraíso fiscal, cujos investimentos valorizaram R$ 14 milhões no governo, com a alta do dólar, os servidores públicos que estão em Brasília ampliaram os ataques contra o ministro, com um boneco de Guedes no Aeroporto de Brasília, recepcionando os parlamentares, e atos diários no Congresso Nacional.
A PEC 32, da reforma administrativa, é uma das principais propostas de Paulo Guedes, e significaria a destruição dos serviços públicos, com o fim das carreiras e a permissão de contratações temporárias e de empresas, em uma privatização dos serviços. A PEC 32 foi aprovada na Comissão Especial do Congresso Nacional, há duas semanas, mas o governo não colocou o tema para votação em Plenário, pois não conta com os 308 votos necessários a sua aprovação. Com a denúncia contra o ministro, que chegou a ter a convocação aprovada para se explicar no Plenário da Câmara, a avaliação é que a aprovação da PEC 32 tornou-se mais difícil.
Parlamentares de oposição e lideranças dos servidores têm afirmado a maior dificuldade do governo, que tenta comprar os votos que faltam, mas esbarra no desgaste do ministro e no pouco tempo até o fim do ano legislativo. Tampouco descartam uma reviravolta, e uma tentativa de votação, pois a reforma do estado não é apenas defendida pelo ministro Guedes, cuja permanência começa a ser questionada, mas pelo bolsonarismo, pelo Centrão, pela direita liberal e a grande mídia, como a Rede Globo. Por isso, o funcionalismo pretende seguir denunciando e conversando com os parlamentares. “Temos que manter e fortalecer a campanha e derrotar essa reforma. Vamos continuar com a pressão em Brasília e nas redes sociais e lutar também contra ataques semelhantes que estão acontecendo nos estados e nos municípios”, convoca David Lobão, coordenador-geral do Sinasefe.


