Na manhã desta quinta-feira (21), o Sindsep-AM realizou o debate “Ato Estadual pela Constituinte com Lula” com trabalhadoras e trabalhadores de diversos órgãos da administração pública federal em Manaus. O encontro também contou com a presença da diretoria do Sindsep-AM e com o historiador e professor da USP, Everaldo de Oliveira Andrade.
O principal objetivo do debate foi ampliar a discussão sobre a criação de uma nova Constituição que garanta direitos deixados de fora da atual Carta Magna e que reverta todas as perdas sofridas pela população brasileira com as reformas Trabalhista, Previdenciária e com as mais de 100 emendas à Constituição que já foram aprovadas no Congresso Nacional.
“Vemos a Assembleia Constituinte como um instrumento que permite que os trabalhadores, o povo em geral, possam colocar suas reivindicações. As regras atuais ajudam a burguesia, os oligarcas, os banqueiros a mandarem no país mesmo sendo minoria”, disse o professor, que também é militante e dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT).
Ele conta que a ideia de uma nova Constituição idealizada em um novo governo Lula, que é candidato à presidência pelo PT, tem se fortalecido em algumas alas do partido. No último dia 2 de julho, mais de mil pessoas se reuniram na Casa de Portugal, em São Paulo, para debater o mesmo tema agora trazido a Manaus.
Dentre os pontos que estariam inclusos nesta nova Carta Magna seriam o aumento geral dos salários, o tabelamento dos preços da cesta básica, despejo zero, recomposição das verbas e revitalização de órgãos como Educação, Saúde, Cultura e Meio Ambiente, revogação de reformas prejudiciais e muito mais.
O secretário-geral do Sindsep-AM, Walter Matos, um dos palestrantes no encontro desta quinta, ressaltou a importância de se debater o tema junto da base. Segundo ele, uma nova Constituição poderia garantir ao serviço público melhores condições de trabalho e a recomposição de direitos perdidos ao longo do tempo.
“Nós já aprovamos a criação do Comitê em Defesa do Serviço Público e agora estamos à procura de um espaço físico para a instalação dele. Lá, a gente vai poder ampliar essa e outras lutas que estamos travando. Por exemplo, a organização de uma Plenária Estadual para discutir a falta de segurança e de infraestrutura para os servidores da Funai”, disse ele.
Segundo Walter, o apoio à candidatura do ex-presidente Lula parte do principal objetivo das entidades sindicais, que é a derrota de Bolsonaro nas urnas. “Em governos anteriores nós tínhamos uma mesa de diálogo, de um lado ficavam os ministros e do outro a bancada sindical. Hoje a gente não tem nem sequer isso”, pontuou.
Para o servidor do Ministério da Saúde, Raimundo Marcos Pinheiro, que esteve presente no evento, a discussão promovida pelo sindicato foi essencial para impulsionar a mobilização da categoria pelos direitos dos servidores e para fazer frente ao atual governo.
“A coisa está muito difícil, o setor público está praticamente abandonado. Precisamos nos mobilizar mesmo. O Bolsonaro é um homem indigno. Não merece o voto do cidadão. Então, esperamos que o povo se sensibilize”, comentou.