A direção do Sindsep-AM vem a público repudiar o descaso das autoridades públicas que permitiram que a saúde no Amazonas chegasse ao caos que vivenciamos hoje, com mais de 6 mil mortos e outros 230 mil infectadas. Pessoas que imploram por atendimento em intermináveis filas de espera e outras que agonizam por falta de oxigênio, situação calamitosa e vergonhosamente exposta ao mundo todo pela mídia nacional e internacional. Um verdadeiro vexame de proporções amazônicas.
Mesmo com todas as denúncias, reclamações e até súplicas de diversas entidades e movimentos de trabalhadores e da sociedade organizada para que se desse mais atenção à pandemia no Estado, para que se levasse a sério a doença, a corrupção e a politicagem falaram mais alto e, ao invés de melhorar a infraestrutura dos hospitais e serviços de pronto atendimento, o que se viu foi uma sequência de escândalos por desvios de recursos para a compra de respiradores, montagens de hospitais de campanha e compras de insumos, entre outros.
Falta não só de planejamento e organização, mas sobretudo de humanidade e empatia por parte de quem poderia evitar o caos e não o fez por má vontade, corrução, negacionismo ou politicagem. Não há um único culpado, mas inúmeros, tanto na esfera federal quanto estadual e municipal.
Uma negligência materializada em sofrimento e lágrimas de inúmeras famílias que foram destroçadas pela dor de ver seus entes queridos morrendo sem poder fazer nada, assim como de profissionais da saúde que veem seus esforços incansáveis indo para as valas, juntamente com os corpos de tantas vítimas.
E o pior é que, enquanto, no Amazonas e nos demais estados do Brasil, o povo morre por falta de assistência, o presidente da República, que deveria ser o primeiro a ter agido para evitar o caos a que chegamos, ainda perde tempo com disputas sobre crédito por vacina, como se por acaso ele tivesse feito algum esforço para desenvolver qualquer que fosse o imunizante. Realmente, seria cômico se não fosse trágico.
Um gestor que perde tempo e dinheiro com a produção de um remédio que comprovadamente não trata e nem previne a doença, que cancela os investimentos na ciência, desacredita das pesquisas e menospreza a eficácia da vacina, não pode querer que o povo engula que ele de fato está preocupado com a saúde no país.
Algo que a Justiça precisa cobrar, pois, não se pode deixar impune tamanha falta de compromisso om um povo a quem se jurou proteger. Essa foi uma irresponsabilidade criminosa que precisa ser investigada e exemplarmente condenada.