Autorizados a voltar ao trabalho presencial, só 34% dos servidores afirmam conhecer os planos dos órgãos em que atuam para retornar de forma segura às atividades, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo governo.
De acordo com o levantamento, a parcela de funcionários públicos que afirma não haver planos claros para a retomada segura das atividades é de 32,6%. Outros 33,5% afirmaram não saber da existência desses projetos.
O estudo foi realizado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em parceria com o Banco Mundial e o Ministério da Economia, e ouviu 42.793 servidores federais, estaduais e municipais em todas as unidades da federação. A amostra abrange 19 órgãos.
Na terça-feira, o governo autorizou o retorno ao trabalho presencial. A norma editada pelo Ministério da Economia estabelece regras como a limitação da presença de servidores em cada ambiente de trabalho a 50% da sua capacidade física. Além disso, deve ser mantido o distanciamento mínimo de um metro. Os critérios da volta às atividades serão definidos pela autoridade máxima de cada órgão.
Para mais da metade, trabalho em turnos é melhor opção
De acordo com a pesquisa divulgada nesta quinta, apenas 4,8% dos entrevistados defendem o retorno de todos os funcionários ao mesmo tempo. A maioria (57,4%) defende a adoção de uma abordagem escalonada, por meio de turnos ou dias alternados.
“A pesquisa é um importante instrumento para a tomada de decisão no setor público e auxiliará gestores no aperfeiçoamento dos planos de volta às atividades presenciais. Também serve de insumo para possíveis experimentos de trabalho remoto para além do contexto da pandemia”, enfatiza o presidente da Enap, Diogo Costa, em comunicado.
Segundo a sondagem, a principal preocupação dos trabalhadores, presente em 90% das respostas, é contrair a Covid-19 e infectar familiares. Também estão no radar questões como encontrar locais adequados para deixar as crianças (43%) e poucos opções de transporte para o trabalho (61%).
A expectativa da maioria dos entrevistados (65,5%) é que o retorno às repartições só ocorra de janeiro em diante. Só 6,4% relataram que o trabalho presencial já começou.
Jornal Extra