
O Sindsep-AM realizou, na manhã desta quarta-feira (24), um ato em defesa da ciência e da tecnologia. A mobilização aconteceu no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), uma das referências nacionais em C&T, e contou com a presença de pesquisadores e pós-graduandos.
A programação faz parte de uma campanha nacional contra os cortes orçamentários que ameaçam bolsas, pesquisas e o futuro do setor no país. Também está na pauta a necessidade de avançar na reestruturação dos órgãos e garantir a recuperação dos quadros funcionais, de técnicos a pesquisadores.
“Ontem, o Fórum de C&T realizou atividades em todo o Brasil, em defesa da ciência e da tecnologia, e é uma luta que não está deslocada das batalhas que temos desde o início do governo, pela valorização dos servidores e reestruturação dos órgãos. Essas lutas, inclusive, já trouxeram vitórias em vários órgãos, inclusive no Inpa, com reajuste que garantiu ganho real, além da melhoria nos auxílios. Ainda não acabou, temos novas lutas, e esse ato hoje faz parte disso”, comentou o secretário-geral do Sindsep-AM, Walter Matos.

O encontro reuniu cerca de 20 pessoas, incluindo os secretários do Sindsep-AM e servidores do Inpa, Jorge Lobato (Imprensa e Comunicação) e Gleig de Sá (Formação Política e Sindical).
“Esse ato foi um grande debate com pesquisadores e alunos da pós-graduação sobre as nossas preocupações com os problemas que ocorrem em relação ao orçamento e à falta de recomposição dos quadros. Nosso objetivo é ampliar cada vez mais essa discussão no instituto, somando forças para defender a manutenção e valorização do Inpa, mas principalmente das próprias carreiras de C&T”, disse Jorge Lobato.
Houve ainda participação ativa de pesquisadores e pós-graduandos no debate. O biólogo pesquisador Antônio Carlos Marques de Souza ressaltou que a perda de pessoal é um grande problema do setor e defendeu maior autonomia dos institutos para resolver a questão.
“Infelizmente, com a política de privatização do setor público, a gente viu que houve um desmantelamento. Acho que a defesa deve ser de que os institutos tenham autonomia para essas áreas, assim como existe nas universidades. Para isso, precisamos mobilizar as entidades, os servidores, para o Congresso propor essa mudança na legislação”, sugeriu.
Além de tratar da importância da reestruturação do setor, os diálogos envolveram a conjuntura de difícil diálogo com o Congresso Nacional. A casa prioriza suas próprias pautas, como a recém-aprovada “PEC da Blindagem” na Câmara, enterrada nesta quarta-feira no Senado.

Os servidores precisam atuar neste campo não apenas para aprovar pautas de interesse do funcionalismo, mas principalmente para barrar a reforma administrativa em discussão, que traz prejuízos significativos, como o fim dos concursos públicos no modelo atual e o uso da chamada “avaliação de desempenho” como instrumento para ameaçar a estabilidade dos servidores.
Durante o encontro, o secretário-geral Walter Matos, que integra a diretoria da Condsef, também confirmou que deve haver uma nova reunião em outubro da Mesa Permanente de Negociação com o governo. O espaço tem sido fundamental para garantir as recentes conquistas dos servidores federais, como o reajuste salarial e o aumento do valor dos auxílios.
Ascom/Sindsep-AM