
A Câmara dos Deputados protagonizou nesta terça (9), cenas que entram para uma página triste da história do Brasil. Em uma atitude jamais vista, o presidente da Casa, Hugo Motta, é apontado como responsável direto por mandar retirar à força do plenário o deputado federal Glauber Braga, que protestava não apenas contra a informação de que sua cassação será pautada nesta quarta, 10, mas também denunciava o acordão que possibilitou a aprovação do PL da Dosimetria.
Na prática, esse PL assegura anistia e abrandamento de penas a golpistas do 8 de janeiro, incluindo Jair Bolsonaro, condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão. Com o PL da Dosimetria, a pena de Bolsonaro pode cair para 2 anos e 4 meses em regime fechado. Especialistas alertam ainda que a proposta cria um precedente perigoso, alterando o Código Penal e abrindo margem para que criminosos de todos os tipos também se beneficiem dessa redução de pena.
A classe trabalhadora, incluindo servidores públicos de todo o Brasil, tem inúmeros motivos para se preocupar com esse dia triste e nebuloso, que representa mais uma tentativa de ataque à nossa democracia. A escalada desses acontecimentos é um enorme sinal de alerta.
Nossa mobilização e unidade para defender os serviços públicos contra a PEC 3Oitão da Reforma Administrativa, que o presidente da Câmara tanto quer aprovar, é cada vez mais necessária.
Que garantias a classe trabalhadora tem quando alguém eleito para defender os direitos do povo age como agiu Hugo Motta? Quando um deputado eleito pelo povo é arrancado daquela forma do plenário, todo o povo também é. Quando o sinal da TV Câmara é desligado e o trabalho da imprensa é impedido, a democracia é atacada.
A Condsef/Fenadsef se solidariza ao deputado Glauber Braga e segue defendendo a permanência de seu mandato de luta e defesa da classe trabalhadora.
O povo deve estar atento e ter muito cuidado! Da mesma forma que Glauber Braga foi arrancado do plenário, Hugo Motta quer arrancar nossos direitos e destruir, sem qualquer debate, os serviços públicos ao tentar enfiar goela abaixo sua reforma administrativa, a PEC 3Oitão. Mais uma vez, direitos assegurados na Constituição de 1988 estão ameaçados. Mais uma vez, a democracia mostra que precisa ser permanentemente defendida.
Atos estão sendo convocados para este domingo, 14, contra as arbitrariedades cometidas na calada da noite na Câmara dos Deputados. A Condsef/Fenadsef e suas filiadas estarão na linha de frente, como sempre estiveram ao longo da história, na defesa de direitos que um Congresso inimigo do povo insiste em vilipendiar.
Haverá resistência.
Condsef/Fenadsef