
A terceira etapa do Seminário Regional da Condsef debateu, na manhã do último dia (31), na sede do Sindsep-DF, a organização sindical dos servidores e empregados públicos federais. Entre os temas em destaque estiveram a necessidade de unificação das entidades representativas, a renovação das direções sindicais e o fortalecimento dos sindicatos nas bases, ações que devem ocorrer sem prejuízo da luta em defesa dos direitos e conquistas dos servidores, cujo foco, no momento, é derrotar a PEC 38/2025, a reforma administrativa inimiga do povo.
Antes do início das discussões, os palestrantes destacaram a participação do Sindsep-DF na Marcha Nacional do Serviço Público contra a Reforma Administrativa, realizada no dia (29), tanto na organização da delegação do DF quanto no apoio logístico e material à atividade.
Diretor de Assuntos Jurídicos, Parlamentares e de Classe da Condsef, Edison Cardoni destacou a importância de resgatar a história das lutas dos trabalhadores e das conquistas alcançadas por meio dos sindicatos classistas, como a jornada de trabalho de 8 horas. “Tudo que temos de direitos hoje foi conquistado pelos trabalhadores organizados em seus sindicatos. Mesmo atacados e estigmatizados, se não houvesse organização classista, essas conquistas não teriam sido possíveis”, afirmou. Cardoni ainda alertou que o ataque aos direitos da classe trabalhadora vem sendo meticulosamente preparado: “A ofensiva contra os direitos dos trabalhadores também leva à destruição da organização sindical e vice-versa”. Em sua fala, o sindicalista também registrou repúdio ao massacre do Cláudio Castro no Rio de Janeiro.
Pedro Armengol, diretor da CUT e da Condsef, trouxe uma contextualização histórica sobre a relação das associações com o funcionalismo público, lembrando que, antes da Constituição de 1988, os servidores não podiam se organizar em sindicatos e, por isso, criavam associações. Ele relembrou as fundações do Sindsep-DF — primeiro sindicato classista do funcionalismo público, criado em 1987, reunindo servidores dos três poderes — e da própria Condsef, em 1990, com o papel de unificar nacionalmente os trabalhadores do setor público federal diante da criação de diversos sindicatos estaduais. “Algumas das principais conquistas dos servidores vieram dessa organização sindical iniciada pelo Sindsep-DF, como o RJU, a estabilidade no emprego, o concurso público, além da liberação do FGTS, GAE e tantas outras”, elencou.
Encerrando o painel, o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo, ressaltou a ofensiva da extrema-direita contra os direitos dos servidores e suas entidades representativas. “A letalidade é tão grande que não é coincidência: primeiro veio a ‘granada’ [conjunto de medidas de Paulo Guedes], depois a 32 [PEC 32, reforma administrativa de Arthur Lira] e agora a 38 [PEC 38, reforma administrativa de Hugo Motta]. Tudo em referência ao fogo cruzado contra os direitos dos servidores”, declarou.
O secretário-geral do Sindsep-DF, Oton Pereira Neves, finalizou a atividade lembrando que houve avanços após a marcha histórica dos servidores, inclusive com a retirada de assinaturas de parlamentares da PEC 38/2025. Porém, reforçou que é preciso manter a mobilização. “Avançamos, mas ainda não vencemos a batalha. Por isso, convidamos todos para os atos de terça-feira, no aeroporto, e na quarta, no Anexo II da Câmara”, concluiu.
Sindsep-DF