
Nesta quinta-feira (7), milhares de lideranças de todos os biomas do país ocuparam as ruas de Brasília durante a IV Marcha das Mulheres Indígenas. A mobilização, reconhecida como a maior do mundo protagonizada por mulheres indígenas, integrou a programação da Primeira Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, realizada entre os dias 2 e 8 de agosto, com o tema: “Nosso Corpo, Nosso Território: Somos as Guardiãs do Planeta Pela Cura da Terra”.
Com cantos, cores, danças e palavras de ordem, as mulheres indígenas reafirmaram seu protagonismo na luta pela demarcação de terras, contra a violência de gênero, por justiça climática e em defesa da vida dos povos originários. A marcha também foi um grito coletivo contra o racismo institucional e contra práticas predatórias que ameaçam a integridade física, cultural e espiritual das comunidades indígenas.
A Condsef/Fenadsef e o Sindsep-DF estiveram presentes na mobilização, manifestando solidariedade irrestrita às pautas dos povos indígenas e reforçando o compromisso histórico do movimento sindical com a justiça social e ambiental. Ao lado de servidores e servidoras da Funai, as entidades denunciaram os retrocessos promovidos por projetos como o marco temporal e o chamado PL da Devastação, que fragilizam os direitos territoriais e ambientais no país.
Entre as principais bandeiras defendidas pelas entidades durante a marcha estiveram:
- O veto integral ao PL da Devastação, que ameaça direitos ambientais e indígenas;
- O combate à tese do marco temporal, considerada inconstitucional e um ataque direto às conquistas históricas dos povos indígenas;
- A luta contra a mineração e outras atividades predatórias ilegais em terras indígenas;
- A exigência de proteção efetiva diante da crescente violência contra os povos indígenas, especialmente contra as mulheres;
- A defesa de políticas públicas universais, específicas e de qualidade para os povos originários nas áreas de saúde, educação, cultura e gestão territorial.
Para a Condsef/Fenadsef e suas filiadas os direitos territoriais indígenas são inegociáveis, e a demarcação das terras é uma dívida histórica do Estado brasileiro. A participação na marcha reforça a aliança entre o movimento sindical e os povos originários, em uma luta conjunta por um país que respeite a diversidade, promova a equidade e garanta a autodeterminação dos povos indígenas.
Condsef/Fenadsef