
O Coletivo das Três Esferas da CUT realizou na manhã da última sexta-feira (14), o seminário “Serviço público forte, meio ambiente protegido. Não à reforma administrativa”, em Belém do Pará, como parte da programação da Cúpula dos Povos na COP 30.
Depois da abertura por Ariovaldo Camargo, da Executiva Nacional da CUT, tomaram a palavra como convidados Joyce Rebelo, da Intersindical e Cedício de Vasconcellos, que é diretor do Sintsep–PA, filiado à Condsef, representando a CSP Conlutas.
Em seguida, numa mesa somente com lideranças indígenas, o primeiro Painel abordou “Os impactos da Reforma Administrativa nas políticas de proteção ambiental e demarcação de terras indígenas”, com a participação de Lucia Alberta Andrade , servidora pública, Diretora de Gestão Ambiental da Funai, Ricardo Kapereko Canela, representante da COAPIMA, e o cacique Daniel Yudjá Juruna, que energizou o auditório com cânticos de seu povo.
O segundo painel discutiu “Quem está por trás da Reforma Administrativa e a quem ela serve”, com a presença de Miriam Andrade representando a Confederação Nacional dos trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) e Mateus Ferreira representante a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e do diretor da Condsef/Fenadsef, Edison Cardoni.
Cardoni foi incisivo ao afirmar que grileiros de terras indígenas, desmatadores e mineradores ilegais, financiadores de certos políticos, têm todo interesse em enfraquecer os trabalhos de fiscalização, prevenção e repressão aos crimes ambientais e transfronteiriços. Interesse que também é de narcotraficantes travestidos de seitas religiosas, por exemplo no Vale do Javari.
Ele afirmou ainda que esses interesses confluem com a política dos promotores da PEC 38, que pretendem reduzir os investimentos do setor público para aumentar o desvio de verbas para a especulação e abrir nichos de mercado com as privatizações.
Também lembrou que da confluência desses grupos no Congresso Nacional emergiu a PEC da Blindagem 1 que proibia a PF de investigar os parlamentares e presidentes de partido sem autorização dos parlamentares e, agora, a PEC da Blindagem 2 que pretendeu proibir a PF de investigar facções criminosas sem autorização dos governadores.
O terceiro e último Painel tratou da “Análise da PEC 38/2025 e estratégias de resistência” contando com a participação de Carlos Alberto Marques (Bebeto) representando o PROIFES Federação (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico), Marlete Gonzaga representando a Fenasepe (Federação Nacional dos Servidores e Empregados Públicos Estaduais e do Distrito Federal), Jucélia Vargas, representando a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam) e Jandyra Uehara, diretora da CUT Nacional, substituindo a representação do Sinagências (Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação)
A atividade cumpriu plenamente seu objetivo de estabelecer a relação entre a defesa do meio ambiente e a luta contra a PEC 38/2025, além de avançar no sentido de estreitar relações com os povos indígenas, um setor do povo brasileiro dos mais atingidos pelo enfraquecimento das políticas públicas.
O trabalho unitário das Três Esferas da CUT sai reforçado assim como sua busca pela mais ampla unidade que foi o que garantiu o sucesso da Marcha Nacional de 29 de outubro.
A coordenação de toda a atividade e a mediação dos três painéis ficou a cargo da diretora da Condsef, Mônica Carneiro.
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Coletivo das Três Esferas da CUT
