
Na manhã desta quarta-feira (1º), trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias foram às ruas do Centro de Manaus em alusão ao Dia Internacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras com mobilização, denúncia e resistência. O Sindsep-AM esteve presente no ato unificado, ao lado de outros sindicatos e movimentos populares, defendendo pautas históricas da classe trabalhadora e reforçando as lutas específicas do funcionalismo público federal.
A concentração começou às 8h, no cruzamento das avenidas Eduardo Ribeiro e Sete de Setembro, com faixas, cartazes, falas públicas e palavras de ordem que unificaram reivindicações econômicas, sociais e políticas.
Entre as principais bandeiras estavam o fim da escala de trabalho 6×1, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação das grandes fortunas, especialmente de rendimentos mensais acima de R$ 50 mil.
O secretário-geral do Sindsep-AM, Walter Matos, destacou que o ato reuniu toda a classe trabalhadora, incluindo os que atuam no serviço público federal. Por isso, servidores do Iphan, que seguem em greve pela cultura, e o Sindframa, dos servidores federais na Suframa, somaram-se ao movimento. Também estiveram presentes os diretores e suplentes do Sindsep-AM, Menandro Sodré; Raimundo Serejo, Francisco Picanço, James de Souza, Waldik Lima, Josimar Alves e Tomé Vasconcelos.

“Lutamos por reajuste com reestruturação das tabelas salariais, pela correção dos benefícios e pela ratificação da Convenção 151 da OIT, que assegura o direito à negociação coletiva no setor público”, disse Matos.
Ele também fez duras críticas à possibilidade de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. “Para nós, é cadeia para os golpistas. Cadeia para os generais envolvidos. Os golpistas de hoje são os golpistas de ontem”, disparou.
O servidor Mauro Menezes, do Iphan, destacou a luta que vem sendo encampada pelos trabalhadores da cultura para a valorização dos órgãos deste setor. “A valorização da cultura, da ancestralidade, está ameaçada. Somos aqui, neste ano, quatro pessoas que representam cerca de 50% da força de trabalho em um órgão que precisa atender um estado de tamanho continental, disse, exigindo valorização do setor e dos trabalhadores.

Pejotização
Secretária da Associação Amazonense da Advocacia Trabalhista e coordenadora do Movimento da Advocacia Trabalhista Independente (MATI), Mary Faraco chamou a atenção para o contexto jurídico atual, que ameaça diretamente os direitos trabalhistas.
Ela denunciou a tentativa de retirada de competência da Justiça do Trabalho em julgamentos sobre pejotização — prática que transforma trabalhadores em “empresas” para driblar vínculos empregatícios.
“O STF, através de uma decisão do ministro Gilmar Mendes, suspendeu todos os processos sobre pejotização em tramitação na Justiça do Trabalho. Isso é gravíssimo, porque o esvaziamento das competências da Justiça do Trabalho fragiliza ainda mais os direitos dos trabalhadores”, alertou.
Conjuntura mundial
As pautas internacionais também marcaram presença na mobilização. Os participantes manifestaram solidariedade ao povo palestino e exigiram o fim da guerra em Gaza, como fez o vice-presidente do Sindframa, Jafé Praia.
“Tenho 33 anos e nunca vi uma barbaridade como essa que o governo sionista de Israel está cometendo. Colocamos aqui uma palavra de ordem para o governo Lula romper relações com o Estado de Israel, em defesa do povo palestino e por uma Palestina livre”, disse.
O ato foi organizado por uma ampla frente de sindicatos e movimentos: Sindsep-AM, Sintesam, Sindframa, SitraAM/RR, Unidade Popular, Sindsaúde, ADUA, Asprom Sindical, CUT, Força Sindical, Sinasefe, MLTI, Fórum Unidade na Luta e Pastoral Operária.

Ascom/Sindsep-AM