
O Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Amazonas (Sindsep-AM) manifesta profundo repúdio à megaoperação policial realizada no último dia 28 de outubro, no estado do Rio de Janeiro, que resultou em mais de 100 mortes, entre elas a de quatro servidores públicos das forças de segurança. A ação, considerada a mais letal da história do Brasil, escancara o fracasso de uma política de segurança baseada no confronto violento em comunidades pobres.
O Sindsep-AM se soma à Condsef/Fenadsef e às demais entidades da sua base na exigência de uma investigação federal independente sobre os acontecimentos. É inadmissível que tamanha tragédia, com evidentes violações de direitos humanos, permaneça sem responsabilização. Como destacou a Condsef em sua manifestação oficial, “somente uma investigação conduzida de forma independente e sob coordenação federal poderá oferecer às famílias atingidas e à sociedade brasileira a verdade e a justiça que esse horror demanda”.
Para a entidade, é imprescindível responsabilizar o governador Cláudio Castro (PL) pela condução da operação. A Confederação lembra ainda que o combate ao tráfico de drogas não pode ser feito com tiroteios em favelas, mas com inteligência e ações sobre as estruturas financeiras do crime organizado — muitas delas concentradas em áreas como a Faria Lima, em São Paulo.
Outro ponto de extrema gravidade é o uso de armamento pesado por criminosos, muitas vezes proveniente de registros legais de CACs (caçadores, atiradores e colecionadores), um legado da política armamentista do governo Bolsonaro que alimentou o poder bélico do crime organizado. “É necessário destacar que a política de armamentos adotada durante o governo Bolsonaro está diretamente relacionada à escalada da violência atual”, afirma a nota da Confederação.
O Sindsep-AM também se solidariza com as famílias das vítimas — tanto civis quanto policiais — e apoia os atos e manifestações organizados por movimentos negros em todo o país. As vidas perdidas não têm cor, classe e território: são majoritariamente negras, pobres e moradoras de favelas. “Não podemos normalizar execuções sumárias travestidas de operações policiais”, alerta a Condsef.
A tragédia escancara ainda a necessidade de uma reforma estrutural na segurança pública, que deve deixar de ser tratada como um problema exclusivamente policial para se tornar uma política social integrada. Também reforça a importância da luta contra a PEC 38/25, da reforma administrativa, que ameaça enfraquecer o Estado e as políticas públicas essenciais à população, incluindo a valorização dos servidores da segurança pública.
O Sindsep-AM reafirma sua posição em defesa da vida, dos direitos humanos, de uma segurança pública humanizada e da valorização do serviço público como caminho para uma sociedade mais justa.
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Ascom/Sindsep-AM